Módulo 1 - Sistema Planctônico


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O PLÂNCTON DA BAÍA DO ARAÇÁ E DO CANAL DE SÃO SEBASTIÃO, SÃO PAULO, BRASIL

Áurea Maria Ciotti1; Rubens Mendes Lopes2; Ricardo Pollery3; Vivian Helena Pellizari2
1 Centro de Biologia Marinha, Universidade de São Paulo, (CEBIMar/USP); 2 Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, (IOUSP); 3 Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (IB/UFRJ)

E-mail: ciotti@usp.br

Em sua primeira fase, o Módulo Sistema Planctônico focou esforços para a construção de uma base de dados em fina escala de tempo e espaço. No subprojeto Microbiologia, foram testados protocolos para a utilização da técnica de citometria de fluxo, uma técnica nova ao grupo. O subprojeto zooplâncton iniciou o desenvolvimento de uma instrumentação óptica para captura de imagens de organismos planctônicos in situ, acompanhada de uma solução de software dedicado para o processamento das imagens As observações integradas se realizam a cada 5 semanas, numa abordagem adaptativa em que realizamos coletas completas durante 3 dias, em dois períodos (manhã e tarde) com o intuito de descrever mudanças nas comunidades planctônicas de acordo com as principais forçantes físicas do local em escalas de horas a meses. Em virtude dos compromissos do projeto com os programas de pós-graduação, algumas observações do subprojeto fitoplâncton iniciaram-se antes das demais, sendo que as principais conclusões desse trabalho foram que a dinâmica do fitoplâncton responde a processos físicos de curta duração, e que a baixa concentração de nutrientes parece ser resultado do rápido consumo. As maiores concentrações de clorofila-a foram maiores no inverno que no verão, devido ao maior acumulo de nanofitoplâncton (2-20 µm), devido a maior mistura turbulenta nesses meses. A abundância de bactérias heterotróficas, micro-organismos fotossintetizantes (menores de 5 micrometros) e a estrutura da comunidade microbiana na Baia do Araçá e no Canal de São Sebastião são informações praticamente desconhecidas. Os resultados preliminares ainda não mostram padrões reconhecíveis. Durante os meses de primavera e verão, observamos a ocorrência de cianobactérias Trichodesmium spp, capazes de fazer florações extensas, e Rhichelia intracellularis que por ser endosimbiontes a diatomáceas oferecem uma vantagem adaptativa de crescimento a esse grupo, sobre os flagelados, nas águas do canal de São Sebastião, geralmente oligotróficas. Ainda foram observados dinoflagelados do gênero Alexandrium sp. e Dinophysis acumulata, ambos igualmente capazes de manter florações extensas, e podem ser espécies tóxicas. Independentemente da forçante física principal em uma dada observação, a baia do Araçá mostrou as maiores abundâncias e tamanhos celulares do fitoplâncton, que se correlacionam bem aos parâmetros fotoquímicos da comunidade como um todo. Em contraste, as aguas a adjacência mostram menores eficiências fotossintéticas, comparativamente. 

* Foto de Inácio Silva Neto / Alvaro Migotto.

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